quinta-feira, 24 de junho de 2010

Luanda

Por aqui as ruas estão sempre cheias. São muitos carros, aliás muitos de luxo que contrastam com a miséria por detrás de seus vidros, um trânsito inacreditável. O tráfego de pessoas também é intenso, sejam transeuntes, sejam vendedores. Vendem de tudo: balanças, frutas, panelas, dólares ou kwanzas, roupas, sapatos, cintos, telefones etc. Arriscam-se entre tantos carros e motos, normalmente com motociclistas sem capacetes. As calçadas muitas vezes são pedras sobre pedras, as crianças vêm logo pedir 5 ou 10 kwanzas, cerca de 5 ou 10 cents. É difícil imaginar o que fariam com esse dinheiro num país imenso com solo e clima propícios que entretanto não produz muitos alimentos, e têm nas prateleiras dos supermercados meia dúzia de ovos que quase chega a 3 dólares. As ruas não são muito limpas, o serviço de coleta de lixo não é dos melhores e muitos não possuem sistema de esgoto ou uma fossa em casa.

Inacreditável é pensar que dentro de tantas adversidades encontra-se lugar para um sempre sorriso estampado nos rostos. Sempre solícitos e prestativos, no entanto calados diante de seus problemas. Talvez seja um grande trauma por um período tão grande de guerra. Não cultua-se por aqui o simples ato democrático de contestar e exigir mais dignidade.

As novas gerações dirão como tudo passará nos próximos anos, aliás o país é delas já que por aqui não se vive mais do que 40 anos em média. Resta saber como tudo acontecerá, se os motoristas dos luxuosos carros abaixarão seus vidros elétricos ou se será necessário que os pedestres os quebrem.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

José Saramago - 16 de Novembro de 1922 / 18 de Junho de 2010

Foi… Como deveria ser… A lei natural…
Talvez depara-se com surpresas, o ateu indomável.
Deixou para trás um legado de idéias, pensamentos, palavras que a muitos fez refletir. Inclusive a mim, leitor e apreciador.
Resta-nos a leitura dos livros que ainda não lemos e é claro as emoções, sensações e perturbações deixadas neles.