sábado, 24 de fevereiro de 2007

Impunidade ou Justiça


Um país em estado de choque. O Brasil já não é o mesmo, ou não deveria ser, depois do brutal assassinato de mais uma criança, de mais um inocente

A polêmica, o medo, a possibilidade de um caos social, a pressão da mídia e da sociedade civil organizada, está levando não só o Congresso Nacional como governadores, líderes políticos e sociais, a questionar e discutir a questão da maioridade penal.

Essa “pseudo” mobilização acaba mascarando questões que devem urgentemente ser debatidas e tratadas com devido respeito e importância.

Um dos países de pior distribuição de renda do mundo, a miséria e a fome caminham ao lado do desperdício, do consumismo e da valorização das aparências. O contraste é humilhante para quem tem e quem não tem.

A criação de políticas públicas educacionais, esportivas e culturais é um grande passo para a redução desse abismo. A inclusão social dos marginalizados do atual sistema político-econômico refletiria em um futuro com mais esperança e justiça, mais conhecimento para reivindicação de direitos, e menos violência.

É obvio que a impunidade não pode ser regra e que “menores de idade” devem responder por seus atos e serem punidos por uma legislação austera e rigorosa, mas não se pode esquecer a profundidade da questão. Passeatas, discursos, são essenciais em um momento em que toda sociedade está revoltada, mas não podemos perder a oportunidade de levantar outras bandeiras, reforçar outras lutas, todas elas com o mesmo ideal: justiça e igualdade.


Normal X Patológico

Émile Durkheim (1858-1917), um dos grandes teóricos da Sociologia, acreditava que esta deveria não apenas explicar a sociedade como buscar soluções para a vida social.

Para ele, a sociedade apresentaria estados saudáveis e doentios. O crime seria normal já que é encontrado em toda e qualquer sociedade e em todos os tempos, e ainda a integra para punir este comportamento.

Porém, o crime se transforma em uma patologia quando ultrapassa os valores e as condutas aceitas pela maior parte das pessoas. Conclui-se então que o assassinato de uma criança com requintes de crueldade extrapola os limites permitidos pela atual ordem moral e social.

5 comentários:

Meiga Senhorita disse...

Ei amigo
Como diria o André "arrasou irmão"
Muito show seu blog, põe a gente pra pensar um pouco mais sobre nossa realidade, sempre que postar me manda um email, sou meio relaxada quanto a comentarios..rsrsr
Forte abraço.A gente se vê por aí.

Anônimo disse...

Ei Alan... parabéns pelo blog... excelente... Com relação à criminalidade, eu diria que é apenas o retrato de um País onde onde um presidente é destituido do cargo por corrupção e logo em seguida é eleito senador...que fazer se o povo não aprende votar?... Não sabemos escolher os honestos ou eles não existem?...acho que mais quinhentos anos ainda serão poucos...infelizmente... abraços do amigo... Cabalini

Maíra Mello disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maíra Mello disse...

Concordo com a questão de que não se deve olhar para esse caso como se fosse uma situação isolada. A luta por justiça tem que acontecer num sentido mais amplo. Afinal, cada caso faz parte de um todo.

Fabíola disse...

Olá !! parabens .. o blog ta ótimo : inteligente e completo !
Acho que a questão da violência é apenos um reflexo da miséria e da desigualdade ... ñ dá pra querer acabar com a violência sem pensar antes do por quê de tanta violência em nosso país !
Ñ devemos nos conformar , ñ devemos mais acreditar em mentiras nem muito menos colocar no poder pessoas que já se provaram indígnas de nosso voto , de nossa confiança ... pelo amor de Deus , o Color ser reeleito é a maior prova de que grande parte do povo se importa tanto com os problemas de nosso país quanto esses políticos corrúptos capazes de roubar de seu próprio povo !