sexta-feira, 30 de março de 2007

ENQUETE – Legalização do aborto

A Democracia, a liberdade, por vezes coloca a sociedade em uma situação desconfortável, onde opiniões divergentes proporcionam debates e discussões. Uma delas é a questão da legalização do aborto. “Os a favor” alegam o direito à liberdade de escolha, dificuldade financeira para a criação dos filhos, o fato que sem a legalização, a clandestinidade põe em risco a vida e a saúde da mulher, entre outros aspectos. “Os contra” se aparam no direito à vida, apoiados muitas vezes pelas religiões e pela moral vigente em nossa sociedade. Há também um outro grupo que é a favor, porém só em caso de estupro e risco de vida para a mulher.



Qual é a sua opinião sobre a legalização do aborto?

A favor

Contra

A favor (em casos de estupro ou risco para a mulher)











segunda-feira, 26 de março de 2007

O Estado e o Direito

Ao longo da história do Homem, percebe-se que independente da época vivida e do grau de “civilidade”, a sociedade ou a coletividade possui algum tipo de governo ou liderança. De acordo com o momento, alguns elementos se tornam mais determinantes e importantes que outros. A força, o desenvolvimento tecnológico, o aparato militar, o poder das instituições religiosas ente outros, acabam por definir em que mãos fica o poder. E este poder se tornou mais fácil para ser mantido com a Divisão Social do Trabalho, onde algumas atividades estão subordinadas a outras. Percebe-se que muitas vezes a cultura e a religião são usadas para reafirmar a dominação de determinados grupos.

O Estado encontra condições de existir a partir do momento que se estabelece diferenças entre governantes e governados, e essas diferenças são institucionalizadas.

Na História Contemporânea nota-se que a Divisão Social do Trabalho separa os homens em proprietários dos meios de produção e os não proprietários. Os primeiros têm poder sobre os outros, explorando-os economicamente e dominando-os politicamente.

O Estado se torna um instrumento para a dominação política da classe dominante. Por meio dele tem-se a forma de coerção e de repressão social, dando a esta classe poder sobre toda sociedade.

E tudo isso só é conseguido através do Direito, já que se estabelecem leis que regulamentam as relações sociais em detrimento dos dominados. O “Estado de direito” então, faz com que a dominação, por ser legal, “não” seja violenta, sendo “aceita” por todos.

sexta-feira, 23 de março de 2007

INDICAÇÕES

DOCUMENTÁRIO: Nascidos em Bordéis (Born Into Brothels: Calcutta's Red Light Kids), 2004. De Zana Briski e Ross Kauffman.

A Índia, juntamente com outras nações emergentes asiáticas, vem se destacando no cenário econômico na atual década. Porém é notório que o desenvolvimento social não acompanha esse “boom” tecnológico e econômico. Nascidos em Bordéis mostra de forma emocionante a vida de crianças da região da Luz Vermelha em Calcutá.

Com poucas referências familiares, educação debilitada, falta de conhecimento e informação, e com suas esperanças abaladas, esses meninos e meninas na maioria das vezes não tem opções e acabam se conformando com um futuro marcado pela prostituição, subemprego, violência e pobreza.

BLOGS: Para quem gosta de arte, principalmente Literatura e Música, pode acompanhar o Blog:
camelomarinho.blogspot.com. Um trabalho diferente e irreverente, sempre com matérias relevantes e inteligentes.

Dia 14 de março foi a Dia da Poesia. Para quem aprecia esta arte, vale a pena conferir o Blog:
joselmavasconcelos.blogspot.com. Poesia com simplicidade e propriedade.

segunda-feira, 19 de março de 2007

Espinosa e a Igreja

O filósofo holandês Bento de Espinosa viveu de 1632 a 1677. Defendendo questões como a liberdade de expressão e de pensamento, suas idéias sofreram grande ataque e rejeição. Uma de suas primeiras influências foi René Descartes (1596-1650). O Cartesianismo bem como o Espinosismo vem questionar o saber pré-estabelecido, propondo transformações no modo de pensar.

Por isso Espinosa é perseguido pela Igreja, principal detentora do “saber” naquele momento. Para ele a Igreja transformava o principal bem do homem que era a liberdade, em pecado e perversidade.

Ele pensava que estariam presentes nos homens duas paixões: o medo e a esperança. Já que não possuem o domínio das circunstâncias de suas vidas e são levados por aspirarem bens que não parecem depender deles próprios. Sabendo que para dominar o homem é necessário mantê-los no medo e na esperança, a Religião procuraria estabilizar as causas, formas e os conteúdos desses sentimentos.

Espinosa, ao contrário do que muitos diziam, não pregava o ateísmo. Ele apenas acreditava que era a filosofia o conhecimento da essência e da potência de Deus. Para ele os Livros Sagrados não possuem verdades teóricas sobre Deus, apenas preceitos práticos como adorar a Deus e o próximo, e têm que ser lidos levando em consideração as condições históricas em que foram escritos.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Portadores de Deficiência

Falar da questão das pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, dentre tantos grupos chamados de “minoria”, é importante pelo fato de suas necessidades não serem tratadas com respeito pelos governos e pela sociedade ao longo de toda história, e além do fato de serem hoje mais de 500 milhões no mundo sendo cerca de 25 milhões só no Brasil.

Talvez muitos não saibam, mas o Brasil tem hoje uma das melhores legislações para deficientes no mundo. O problema reside no fato de que não há um comprometimento de nossos governantes em transformá-las em políticas públicas eficazes e capazes de aproximar os excluídos da real cidadania.

Investimento em reabilitação é importantíssimo, mas a fim de se reduzir a incidência da deficiência e da incapacidade, é necessário que se estabeleça uma estratégia de prevenção: acompanhamento nutricional da população; melhores condições de saúde; assistência pré-natal e pós-natal; incentivo a melhor informação e ao fortalecimento de famílias e da comunidade; melhor assistência médica aos idosos; redução dos acidentes nas indústrias, agricultura, na circulação viária e no lar, com a estruturação, por exemplo, das normas de segurança no trabalho e no trânsito.

INCLUSÃO

Ao contrário daqueles que transgridem algum tipo e lei ou regras sociais pré-estabelecidas; os excluídos não cometem nenhum tipo de transgressão. Sua situação lhe é imposta de fora, sem ter contribuído para isso.

A inclusão social é a inserção total e incondicional de todas as pessoas de determinada sociedade, onde se exigem rupturas nos sistemas e transformações profundas, proporcionando mudanças que beneficiem toda e qualquer pessoa. A sociedade passa a se adaptar para atender às necessidades de todos e com isso se tornando mais atenta às necessidades coletivas.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Impunidade

Em entrevista à Revista Fórum (n°47 – Fevereiro/2007) a militante política e feminista Maria Amélia de Almeida Teles conta o desejo e a luta para que um dos seus torturadores da época do Regime Militar seja condenado.

Amelinha Teles reconheceu, o hoje coronel reformado do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra como u
m dos seus torturadores. O julgamento, inédito no país, teve início em novembro de 2006, e não poderá levar o coronel à prisão, mesmo se for condenado. Mas Amelinha diz que vale a pena só pelo fato do coronel ser declarado um torturador.

Apesar de Ustra tentar ganhar tempo dificultando o processo na Justiça, já que convocou testemunhas de vários estados, Amelinha está otimista. Ela diz ter comemorado muito o fato de um juiz ter aceitado a causa: “Acredito que finalmente a Justiça percebeu seu importante papel na construção do Estado democrático de direito. Esse processo é um passo fundamental para a consolidação da nossa democracia”.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Dia da Mulher?

Oito de março. Nos locais de trabalho, nas casas, escolas, ruas, percebe-se certo alvoroço. Setores econômicos como das flores e chocolates agradecem. Tapinhas nas costas, abraços e beijos.

Mas o que realmente significa a mulher ter um dia. Por que é reproduzido por todos, sem ao menos pensarmos um pouco melhor, as comemorações e os cumprimentos às mulheres?

Em 1910 em uma Conferência Internacional de Mulheres resolveu-se instituir esse dia como o Dia Internacional da Mulher, em homenagem as mulheres estadunidenses que em 1857 reivindicavam melhores condições de trabalho no setor têxtil de Nova York.

Mas por que então não pensar em um ano para acabarmos com o Dia da Mulher, afinal já se passa quase um século. Não cabe espaço na igualdade e na democracia esse dia. Se precisarmos sempre de um dia para pensar sobre as diferenças de oportunidades entre homens e mulheres, incluindo acesso à educação, ao mercado de trabalho, salários compatíveis, respeito às diferenças de gênero, respeito à maternidade, é porque não delimitamos um tempo para que as mudanças efetivamente aconteçam.

Não deixemos esse dia se tornar apenas mais uma data boa para alguns comerciantes e industriais, como a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, dos Pais entre outros. Não demos flores às mulheres se não denunciamos o vizinho que espanca a companheira; não compremos os chocolates se em nossa empresa valorizamos mais o trabalho do homem e damos a eles, mesmo com mesmas responsabilidades e instrução, melhores salários; não demos parabéns, se como a autora de “O Livreiro de Cabul” Asne Seierstad, temos uma visão preconceituosa e deturpada da mulher oriental não sabendo fazer críticas e denúncias, já que não entende ou reflete sobre o contexto social e cultural em que estão inseridas; e por fim, chega de beijinhos e abraços se não lutamos para que as gestantes tenham mais informação e cuidados tendo assim mais qualidade de vida.

segunda-feira, 5 de março de 2007

Lars Von Trier

O diretor dinamarquês Lars Von Trier tem grande contribuição no cinema atual. Inovador e com propostas muito além das comerciais, ele é um dos fundadores do movimento Dogma 95, aproximando como ninguém o espectador e a história narrada. Histórias estas que representam as angústias, os medos, anseios e sonhos das pessoas. Seus longas-metragens são ricos em símbolos, metáforas e críticas sociais.

Três dos seus últimos trabalhos são imperdíveis. “Dançando no Escuro” (Dancer in the Dark), 2000, com atuação impecável de Björk; “Dogville”, 2003, e “Manderlay”, 2005, os dois primeiros filmes de sua trilogia que terminará com “Wasington” com estréia prevista para este ano.

Confira ainda:
  • Europa, 1991
  • Ondas do Destino (Breaking the Waves), 1996
  • Os Idiotas (Idioterne), 1998

sexta-feira, 2 de março de 2007

Igualdade

Há certa dificuldade em entender algumas circunstâncias da vida. De alguma forma busca-se compreender as dificuldades impostas pela sociedade no reconhecimento do outro como igual. O caminho à alteridade é lento, as chamadas “minorias”, sejam étnicas, culturais, sociais, sexuais entre outras, encontram dificuldades dentro de grupos que as marginalizam.

O homem ao longo de sua história lutou por ideais como a liberdade e a tão sonhada igualdade. Talvez a busca por essa identidade tenha reforçado a aversão humana em perceber que o diferente é rico, é belo.

A convivência harmoniosa é vital para o progresso do ser humano, e a tolerância é o primeiro sinal de um real desenvolvimento social.


Promessas de um Novo Mundo

O Oriente Médio é uma das regiões mais instáveis do planeta. O Conflito árabe-israelense remonta há séculos. Os interesses políticos, econômicos e religiosos acabam sobrepujando o bem-estar da população e o bom-senso. De um lado extremistas que se transformam em homens e mulheres bomba; do outro, um dos maiores aparatos militares do universo, contando com o apoio da maior potência econômica mundial: os Estados Unidos.

Sem “lado” fica a população: cansada e maltratada, servindo ainda de massa multiplicadora do radicalismo. É alimentado nas crianças desde muito cedo: o ódio e a vingança. Entretanto, o início da mudança pode vir daí, de dentro pra fora, através do acesso à educação e à informação, podendo-se ter gerações mais tolerantes e mais capazes de questionar a reprodução deste sistema.

Um bom exemplo é o documentário “Promessas de um Novo Mundo” (Promises), 2001. De Justine Arlin, Carlos Bolado e B Z Golberg. Uma demonstração de que as mudanças são possíveis, mas é necessário um real comprometimento de instituições e lideranças locais e internacionais.