domingo, 8 de agosto de 2010

Formas de amar

Ontem, cansado… me sentindo mal… Apenas ligar a tv em qualquer canal era um regozijo, aliás merecido por semana tão estressante e com tanto trabalho. Num dos canais passava Romeu e Julieta, não vi o início, nem o fim, apenas parte do meio. Não pude deixar de contrastar a leitura que Shakespeare faz do amor com um artigo que li ontem mesmo no Le Monde Diplomatique. Romeu e Julieta em seu primeiro encontro fazem juras de amor eterno, e nos faz sufocar só a idéia de que ficarão separados de alguma forma. O artigo falava de patriarcado, violência de gênero, mas também sobre uma dependência construída socialmente durante séculos de que a única forma de amar é o da dependência, da idealização e de se completar no outro.

Combater essas premissas é trabalho fácil. Difícil é conseguir nos desvencilhar de pensamentos, idéias, razões, entendimentos que não são nossos. Difícil é aceitar como o meio nos define, nos modela.

Querer, não querer, saber porque querer, não saber, imitar, sofrer acabam por ser relativizados também. Amor, formas de amar, é apenas um exemplo de que pensar com nossas cabeças é mais árduo do que se parece.

2 comentários:

Maíra Mello disse...

Na verdade nada é mentira, nem totalmente verdade. A fórmula é achar um equilíbrio entre o que se sente e o que deve ser feito com isso.

Joselma disse...

È. Não é nada fácil pensar por nossas "próprias cabeças". Até porque nossas cabeças são "formadas" em muito pelo meio social experenciado, pela leitura interna que fazemos desse meio. Sem contar com a dimensão espiritual e a possibilidade de ter em nós arquivadas as experiências pregressas!
Caramba! Que rolo esse!!!!
rsrsrs
bjos
Joselma