segunda-feira, 19 de março de 2007

Espinosa e a Igreja

O filósofo holandês Bento de Espinosa viveu de 1632 a 1677. Defendendo questões como a liberdade de expressão e de pensamento, suas idéias sofreram grande ataque e rejeição. Uma de suas primeiras influências foi René Descartes (1596-1650). O Cartesianismo bem como o Espinosismo vem questionar o saber pré-estabelecido, propondo transformações no modo de pensar.

Por isso Espinosa é perseguido pela Igreja, principal detentora do “saber” naquele momento. Para ele a Igreja transformava o principal bem do homem que era a liberdade, em pecado e perversidade.

Ele pensava que estariam presentes nos homens duas paixões: o medo e a esperança. Já que não possuem o domínio das circunstâncias de suas vidas e são levados por aspirarem bens que não parecem depender deles próprios. Sabendo que para dominar o homem é necessário mantê-los no medo e na esperança, a Religião procuraria estabilizar as causas, formas e os conteúdos desses sentimentos.

Espinosa, ao contrário do que muitos diziam, não pregava o ateísmo. Ele apenas acreditava que era a filosofia o conhecimento da essência e da potência de Deus. Para ele os Livros Sagrados não possuem verdades teóricas sobre Deus, apenas preceitos práticos como adorar a Deus e o próximo, e têm que ser lidos levando em consideração as condições históricas em que foram escritos.

5 comentários:

Anônimo disse...

Estamos precisando de um Espinosa atualmente. As igrejas insistem em Mandar e muita gente ainda insiste em obedecer!

Unknown disse...

Interessante...
O problema é que as Igrejas tendem a 'pregar' que possuem a verdade absoluta sobre Deus...
Mas, sem dúvida, o contexto histórico é essencial para interpretar o mais próximo do que as escrituras dizem...
Será que pelo menos isso as Igrejas fazem? Se não, como podem ter tal pretenção se analisam tudo através dos princípios e pré-conceitos que as cercam?
E os seguidores? Como disse o Carlos: 'muita gente ainda insiste em obedecer!'
Cegamente?

Maíra Mello disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maíra Mello disse...

Sempre levanto essa questão de que o que temos que seguir não são textos ou falas e sim ações. Ações de bem estar, seja com você ou com o próximo, principalmente. Nossos princípios. Engraçado que acabo de ver uma matéria falando da vinda do Papa ao Brasil. Sobre o que ele vai usar, comer, onde vai dormir e tudo bem fora da realidade. Por isso não acredito na instituição Igreja e sim no exercício diário do bem e da sua própria fé nas coisas.
Nunca li nada sobre Espinosa, mas gora vou fazer um levantamento pois gostei de suas idéias.

Joselma disse...

Conheci esse filósofo maravilhoso pesquisando sobre o amor e a paixão. Ele é surpreendente, e o seu pensamento é absolutamente atual. Gostei muito do fato de vc destacar que ele não pregava o ateísmo... Mas denunciava as formas de dominaçaõ utilizadas pela Igreja Católica hegemônica.
Parabéns pela escolha do tema e pelos comentários relevantes.
Grande bjo
Joselma